A vida com um pouco de eco

Gosto dos meus espaços com um pouco de eco. Gosto desse vazio também na minha vida, e do eco para me ouvir pensar, como a agitação que apenas se compreende verdadeiramente em águas paradas.

Acolho o grande vazio que esconde a complexidade de todas as possibilidades, quase todas negadas. E quanto mais vazio, mais eco, que se alimenta a si próprio, reverbera, ganha volume, tal como a tua identidade. No vazio, é-se.

Quero a vida como quero os meus espaços, com um pouco de eco. Uma mesa, uma cadeira, uma janela para me alimentar. Poucas refeições, simples. Escassas relações, vagamente nutridas. O sol antes de queimar. Para além de nada disso, apenas espaço.

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