Viver é o sentido da vida

Uma mulher Japonesa, 65 anos, resolve mudar-se para as montanhas, concretizar o sonho de projectar a sua casa e tira pela primeira vez a carta de condução. Enquanto explica as suas motivações, põe fim à procura pela resposta à derradeira questão que ocupa desde sempre filósofos, pensadores, estudiosos de taberna. Despretensiosamente, afirma "a vida é viver".

Esta frase ecoa dias, meses, e desarma qualquer argumento que lhe possa atirar. A existência de vida é demasiado misteriosa e só na arrogância humana existe a ânsia de lhe atribuir um sentido. "Viver tem significado suficiente" é uma ideia que traz o alívio de não ter que perseguir uma motivação maior do que nós ou tomar emprestado um dos clichés habituais: ser feliz, ter uma carreira de sucesso, constituir família, ajudar o próximo.

É nesta ausência de pressão que a arte surge. É nesta libertação que o trabalho se confunde com uma vida vivida de forma deliberada e talvez só isso faça sentido.

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